Evolução Espontânea - Bruce Lipton

A Biologia da Crença


A técnica PSYCH-K® ficou conhecida no Brasil a partir do livro A Biologia da Crença, escrito pelo biólogo norte-americano Bruce Lipton e publicado pela Editora Butterfly. Autoridade internacionalmente reconhecida no meio acadêmico por seus estudos sobre clonagem de células-tronco, ex-professor da Escola de Medicina da Universidade de Wisconsin, pesquisador da Universidade de Stanford (EUA), teve insights fundamentais sobre o controle que o ambiente exerce sobre as células a partir de suas membranas, enquanto era professor de um curso de medicina, em uma faculdade do Caribe. Seus estudos pioneiros sobre a membrana celular resultaram no surgimento de uma nova ciência, a epigenética. A nova biologia leva em consideração os conceitos da mecânica quântica e reconhece o papel de forças de energia invisíveis que formam, coletivamente, campos integrados e interdependentes que atuam nos mecanismos das células. As moléculas do corpo são controladas por frequências de energia vibracional, de forma que a luz, o som e outras energias eletromagnéticas influenciam profundamente todas as funções da vida. Entre as forças energéticas que controlam a vida estão os campos eletromagnéticos gerados pela mente. 

Após longos anos de pesquisa, Bruce Lipton deparou-se com a realidade de que não são os genes que determinam nossa vida. Na verdade, nossas crenças, ou seja, a forma como percebemos os estímulos que recebemos do ambiente é que controlam nossa biologia, ativando nossos genes. Essa nova concepção nos tira da condição de vítimas da hereditariedade. A boa notícia desta nova biologia é a consciência de que nossos genes ou nosso comportamento auto-destrutivo não são algo definitivo e imutável a que estamos irremediavelmente presos. Podemos, sim, modificar determinados padrões e reações arraigadas em nosso sistema a qualquer momento, acessando a nossa mente subconsciente, depositária de nossas crenças. Em seu livro, Lipton conta como conheceu o PSYCH-K® e o recomenda como uma técnica psicológica segura, de última geração, que utiliza a energiae permite acessar e reprogramar programas subconscientes.

Psych-k



Psych-K é uma terapia de psicologia energética que tem como objetivo reescrever o software de sua mente e transformar os resultados de sua vida. Tem sido popularmente conhecido como um processo espiritual com benefícios psicológicos. É um método direto e simples para mudar crenças autolimitantes no nível subconsciente, onde quase todos os comportamentos humanos – construtivos e destrutivos – se originam. Ele permite aumentar a comunicação cruzada entre os dois hemisférios cerebrais, atingindo um estado de cérebro integral, ideal para alterar crenças subconscientes; nesse estado, as qualidades e características dos dois hemisférios estão disponíveis para maximizar o seu potencial. Seu propósito geral é acelerar a evolução espiritual - individual e global - pelo alinhamento das crenças subconscientes com a sabedoria consciente das maiores tradições intelectuais e espirituais. 

O processo envolve técnicas simples, diretas e facilmente verificáveis. A interação mente-corpo é conseguida a partir dos testes musculares da Cinesiologia, Pnl, hipnose ericksoniana acessando-se, assim, arquivos limitadores da mente subconsciente. Utilizando técnicas de integração dos hemisférios cerebrais direito e esquerdo, obtém-se um estado de cérebro-integral, mais suscetível a efetuar mudanças rápidas e de longa duração em programas subconscientes obsoletos. O aspecto espiritual também é levado em conta em todos os processos do PSYCH-K®. Robert Williams, criador do método, afirma que é possível, através de um teste muscular, acessar a mente superconsciente da pessoa e verificar se suas metas são seguras e apropriadas.

Fonte: Psych-k.com

A Teoria da Predominância Hemisférica



Uma grande quantidade de pesquisas têm sido realizadas ao longo de décadas sobre o que foi denominada a teoria da Predominância Hemisférica. Os resultados desta pesquisa mostram que cada hemisfério do cérebro tende a se especializar e dirigir diferentes funções, administrar também diferentes tipos de informação e estar ligado a diferentes tipos de problemas.

Hemisfério ESQUERDO                                     
Usa a lógica, a razão            
Pensa utilizando palavras
Raciocina dividindo em partes, especifica
Analisa, divide ° Sintetiza, reúne 
Pensa em modo sequencial
Identifica-se como indivíduo
É ordeiro, controlado 

Hemisfério DIREITO
Usa as emoções, as intuições, criatividade
Pensa utilizando imagens
Pensa na totalidade, relaciona
Sintetiza, reúne
Pensa em modo simultâneo, holístico
Identifica-se como grupo
É espontâneo, livre

Embora seja nosso direito de nascença ter a habilidade natural de usar simultaneamente ambos os lados do cérebro, as experiências da vida muitas vezes fazem emergir uma parte dominante, tendo em conta situações específicas. Quanto mais a experiência (geralmente traumática) for carregada do ponto de vista emocional, mais facilmente será armazenada para ser usada como referência e mais facilmente nos identificaremos de modo automático com apenas um hemisfério do cérebro quando depararmos com experiências de vida semelhantes no futuro. 

Fonte: Psych-k.com

Dr. Bruce Lipton: ciência e espiritualidade



Dr. BRUCE LIPTON, biólogo celular, renomado cientista norte-americano e professor universitário, lecionou na Escola de Medicina da Universidade de Wisconsin, desenvolveu pesquisas na universidade de Stanford e seus estudos pioneiros sobre a membrana celular foram os precursores de uma nova ciência, a EPIGENÉTICA, da qual se tornou fundador e um dos seus maiores especialistas. Lipton colocou em cheque os próprios conhecimentos com o objetivo de “enxergar” um pouco além do que apontavam os mais tradicionais estudos da física e da biologia. O resultado de tal iniciativa resultou no extraordinário livro A BIOLOGIA DA CRENÇA, best-seller nos Estados Unidos, editado no Brasil pela Butterfly Editora. Utilizando sólidas bases científicas a obra estabelece um link entre a biomedicina do passado e a essência da cura energética do futuro. A crença de que somos meras e frágeis máquinas controladas por genes está sendo gradualmente substituída pela consciência de que somos os próprios geradores e administradores de nossa vida e do mundo que nos cerca. As células têm vontade própria e um propósito de vida. Procuram ambientes que sejam adequados à sua sobrevivência e evitam os que possam ser tóxicos e hostis. Por aproximadamente 2,75 bilhões de anos, a Terra foi habitada por seres unicelulares, mas as vantagens evolucionárias de viver em comunidade fizeram com que as colônias se transformassem em organizações de milhões, bilhões e até trilhões de células. Essa exigência evolucionária é reflexo da necessidade biológica de sobrevivência. Quanto mais consciência um organismo tem do ambiente que o cerca, melhores são suas chances de sobreviver. Quando as células se agrupam, aumenta exponencialmente sua consciência do meio. Aproximadamente 96% das pessoas nascem com uma carga genética capaz de lhes proporcionar uma vida muito feliz e saudável. Somente 2 a 4% das doenças são estritamente genéticas (relacionadas a um único gene), as demais são resultado de complexas interações entre genes múltiplos e fatores ambientais. 

No século 17, René Descartes negou o conceito de que a mente tenha influência sobre o corpo - a medicina tradicional, baseada em um universo de matéria puramente física e em conceitos Newtonianos, concordava com a teoria de Descartes sobre a divisão mente/corpo. A realidade de um universo quântico retoma conceitos que Descartes refutou - sim, a mente (energia) emana do corpo físico exatamente como ele pensava. A nova compreensão da mecânica do universo, porém, mostra como o corpo físico pode ser afetado pela mente não material. Pensamentos, que são a energia da mente, influenciam diretamente a maneira como o cérebro físico controla a fisiologia do corpo. Quando se trata de habilidade de processamento neurológico, a mente subconsciente é milhões de vezes mais forte que a mente consciente. Se os desejos da mente consciente entrarem em conflito com os programas subconscientes, qual lado você acredita que vencerá? À medida que nosso cérebro vai aprendendo e incorporando informações no nosso “banco de dados”, vamos desenvolvendo nossas crenças e são as crenças que controlam nossa biologia. É nossa a decisão de escolher usar ou não uma “lente” que vê o mundo colorido, belo e harmônico, e é esta visão que vai atrair nossa “realidade”.

Fonte: A BIOLOGIA DA CRENÇA

Nossas vidas são controladas pelos genes?



A percepção de que nossas vidas são controladas por nossos genes é fundamental para nossa civilização. Este dogma é ensinado desde o nível mais elementar da educação de uma criança. A mensagem "os genes controlam a vida" é repetida continuamente desde o ensino primário até a pós-graduação na escola médica. O público em geral tem sido condicionado a acreditar que o corpo humano representa um robô geneticamente controlado. Para apoiar esta crença, atribuímos as nossas capacidades e as nossas deficiências à herança dos nossos códigos genéticos. Os genes aparentemente controlam os traços da vida de um indivíduo, e uma vez que não tivemos escolha dos genes que nos foram fornecidos no momento da concepção, podemos considerar-nos vítimas da hereditariedade. Temos sido programados para aceitar que somos subservientes ao poder dos nossos genes para criarmos a experiência de nossas vidas. O mundo está cheio de pessoas que estão constante mente com medo que algum dia os seus genes possam se voltar contra eles. Milhões de pessoas que percebem seus genes como bombas-relógio, esperando por um câncer ou alguma outra doença como uma ameaça catastrófica que possa explodir a qualquer momento em suas vidas. Pais com um comportamento desregrado podem provocar um "desequilíbrio químico" no cérebro da criança. O dogma atual científico insiste que somos beneficiários de um download de códigos genéticos e aparentemente incapazes de mudá-los. Por conseguinte, encontramo-nos não apenas na posição de vítimas da hereditariedade, mas também impotentes no que diz respeito à nossa capacidade de "reprogramar" o nosso destino. 

Ao assumir o papel de vítimas impotentes, podemos legitimamente negar a responsabilidade por nossa saúde, tanto física como mental. Infelizmente, isso resulta na negação de uma enorme quantidade de sofrimento humano e de doenças. A boa notícia é que, na verdade, não somos vítimas de nossos genes. Avanços surpreendentes na física e biologia celular recentemente derrubaram os fundamentos filosóficos da biomedicina convencional. Uma nova e radical compreensão emergente na vanguarda da ciência da célula reconhece que o meio ambiente e, mais especificamente, nossa percepção do ambiente, controla diretamente o nosso comportamento e a atividade dos nossos genes. As nossas "percepções" exatas ou imprecisas; e me refiro a elas mais apropriadamente como crenças. Crenças controlam nossa biologia, não os nossos genes. Os novos avanços na física e biologia nos trazem um futuro de esperança e autodeterminação. 

Bruce H. Lipton, Ph.D. - Biólogo celular

Psych-k: a paz que falta na sua vida!



Você, como muitas pessoas, tem se esforçado para se tornar uma pessoa melhor ao longo dos anos. Mas, quando se trata de realizar seus objetivos na vida, às vezes podes te sentir como o teu pior inimigo em vez de seu melhor amigo. Esse conflito interno pode fazer com que a pessoa não tenha uma vida cheia de alegria, felicidade e paz. A maioria das pessoas responde a este conflito interno, dobrando seus esforços para superar a resistência que sente interiormente. Mas, às vezes tentar duramente não é a resposta. A história a seguir ilustra o ponto.Estou sentado em uma sala silenciosa de um hotel, um lugar tranqüilo rodeado de pinheiros, distante uma hora de Toronto. Era meio-dia, final de julho, e eu estava ouvindo os sons de uma desesperada luta entre a vida e a morte, acontecendo a poucos metros de distância. Há uma pequena mosca queimava as suas ultimas energias tentando voar para fora da sala, tentava inutilmente voar através do vidro da vidraça. É triste contar a comovente história da estratégia da mosca: ela insiste, mas não funciona, pois os seus desesperados esforços não oferecem nenhuma esperança para a sua sobrevivência. Ironicamente, a luta é parte da armadilha. É impossível para a mosca, mesmo tentando duramente, conseguir ter sucesso, ou seja, quebrar o vidro. No entanto, esse pequeno inseto apostou sua vida para alcançar seu objetivo através da determinação de um esforço errado. Esta mosca esta condenada. Ele vai morrer lá no peitoril da janela. Do outro lado da sala, há dez passos a porta está aberta. Dez segundos de tempo de vôo e esta pequena criatura poderia alcançar o mundo exterior que tanto procura. Com apenas um pequeno esforço que agora está sendo desperdiçado, poderia estar livre desta armadilha que ela mesma criou. A possibilidade da descoberta está lá. Seria tão fácil. Por que não tentar voar com uma outra abordagem, algo radicalmente diferente? Como é que fico tão obstinado com a idéia de que este específico trajeto me oferece a melhor oportunidade para o sucesso? Que lógica há em continuar até a morte buscando uma solução para o meu problema? Sem dúvida, esta abordagem faz sentido. Mas, lamentavelmente, é uma idéia que vai matá-la. Tentando a coisa mais difícil não é necessariamente a solução mais eficaz. Esta visão não oferece qualquer promessa real de conseguir o que se quer da vida. Às vezes, na verdade, é uma grande parte do problema. Se você aposta todas as suas esperanças numa única tentativa, você pode matar as suas chances de sucesso. Como diz o ditado, "Se você continuar fazendo o que você está fazendo, você vai continuar obtendo o que você está recebendo." Existe uma maneira melhor de encontrar a paz que falta em sua vida, do que aumentar os seus esforços e continuar tentando sem êxito. É disto que trata este livro.
 Fonte: http://psych-k.com/

Ajudando crianças difíceis

1. O amor que sabe

A idéia de que devem e podem assumir algo pelos pais ou ancestrais faz parte do pano de fundo que causa dificuldades aos filhos. Isso leva a problemasintermináveis para eles. E de certa forma também para os pais. Para entendermos isso é necessário que saibamos algo sobre a diferença entre as diversas consciências.

2. A boa e a má consciência

Nós sentimos a nossa consciência como boa e má consciência, como inocência e culpa. Muitos pensam que isso teria a ver com o bom e o mau. Contudo, não é assim. Isso tem a ver com o vínculo à família e com a separação dela. Cada um de nós sabe, intuitivamente, com a ajuda de sua consciência, o que deve fazer para fazer parte dela. Uma criança sabe, intuitivamente, o que deve fazer para pertencer à família. Caso se comportar de maneira correspondente ela tem uma boa consciência. Uma boa consciência significa então: eu sinto que tenho o direito de pertencer. Se uma criança se desvia disso ou se nós nos desviamos disso, temos medo de perder o pertencimento. Sentimos esse medo como uma má consciência. Uma má consciência significa, portanto: tenho medo de ter colocado em jogo o meu direito de pertencer.

Sentimos a boa e a má consciência de formas diferentes em diferentes grupos. Até as sentimos de forma diferente, conforme cada pessoa. Por isso temos, por exemplo, em relação ao pai uma consciência diferente da que temos em relação à mãe e na profissão uma outra consciência diferente da que temos em casa. Portanto, a consciência muda continuamente porque temos de grupo a grupo e de pessoa a pessoa uma outra percepção, pois de grupo a grupo e de pessoa a pessoa o que devemos fazer ou deixar de fazer é algo diferente, para podermos pertencer. Com a ajuda da consciência também diferenciamos aqueles que nos pertencem daqueles que não nos pertencem. Na medida em que a consciência nos vincula à nossa família, ela nos separa de outros grupos ou pessoas e exige de nós que nos separemos deles. Por isso, devido à nossa consciência temos freqüentemente sentimentos de rejeição e até de inimizade em relação a outras pessoas e a outros grupos. Essa rejeição tem a ver com a necessidade do pertencimento e tem pouco ou quase nada a ver com o bom e o mau. Portanto, essa consciência é uma consciência que sentimos. Com a ajuda dessa consciência, diferenciamos entre o bom e o mau, mas sempre apenas em relação a um determinado grupo.

3. O emaranhamento

Contudo, existe ainda uma outra consciência oculta, uma consciência arcaica, uma consciência coletiva. Essa consciência segue outras leis diferentes daquelas ditadas pela consciência que sentimos. É a consciência do grupo. Essa consciência vela para que numa família todos se submetam a determinadas ordens que são importantes para a sua sobrevivência e união. Em primeiro lugar, o que faz parte dessas ordens, é que cada um que pertence tem o mesmo direito de pertencer. Contudo, sob a influência da consciência que sentimos, algumas vezes excluímos algumas pessoas da família. Por exemplo, aqueles que pensamos que são maus, também aqueles dos quais temos medo. Nós os excluímos porque pensamos que sejam perigosos para nós. Contudo, através dessa outra consciência oculta, aquilo que fazemos de boa consciência, seguindo a consciência que sentimos, será condenado. Pois esta outra consciência não tolera que alguém seja excluído. Entretanto, se isso acontecer, alguém será posteriormente condenado, sob a influência dessa consciência oculta, a imitar e representar um excluído em sua vida, sem que tenha consciência disso. Denomino essa ligação inconsciente com uma pessoa excluída de “emaranhamento”. Por isso, podemos entender que muitos filhos, os quais pensamos que estão se comportando de forma estranha ou estariam em perigo de se suicidar, ou se tornam drogaditos ou não importa o que seja, estão conectados com uma pessoa excluída. Estão emaranhados com essa pessoa. Por isso só podemos ajudá-los se eles e outras pessoas na família tiverem em seu campo de visão essa pessoa excluída, colocando-a novamente na família e no próprio coração. Depois disso, os filhos estarão liberados do emaranhamento. Para ajudar esse tipo de filhos, outros membros familiares que até então ignoraram essas pessoas precisam finalmente olhar para elas. E aqueles com os quais estavam zangadas ou rejeitaram precisam se dedicar a elas com amor e acolhê-las novamente na família. Esse é o pano de fundo para muitas dificuldades que as crianças têm, e também a preocupação que algumas vezes seus pais têm por elas.

4. O amor cego

Contudo, existe para essa consciência oculta ainda uma outra lei. Essa lei também traz dificuldades às crianças. Essa lei exige que aqueles que pertenceram antes à família, tenham precedência em relação àqueles que vieram mais tarde. Portanto, existe entre os membros anteriores e os posteriores uma hierarquia. Essa hierarquia precisa ser obedecida. Contudo, muitas crianças tomam a liberdade de assumir algo pelos pais para ajudá-los. Com isso transgridem a hierarquia. Então a criança diz para a mãe ou pra o pai, sob a influência dessa consciência, frases internas, tais como: ”Eu assumo isso por você.” “Eu expio por você.” “Vou adoecer em seu lugar.” “Vou morrer em seu lugar.” Tudo isso acontece por amor, mas por um amor cego. Esse amor cego leva às drogas ou ao perigo de vida e comportamentos agressivos. Entretanto, estes tipos de comportamento e esses perigos têm a ver com a tentativa de assumir algo pelos pais. Essa ordem é violada e ferida dessa forma.

5. A ordem

Quando ficamos sabendo dessa ordem, podemos restabelecê-la novamente. Isso significa, por exemplo: os pais assumem as conseqüências de seu próprio comportamento, de seu próprio emaranhamento e os carregam sozinhos. Então a criança estará livre. Ela não precisa assumir nada daquilo que é da alçada dos outros. Contudo, a transgressão da ordem de origem é castigada duramente por essa consciência oculta. Toda criança que tenta assumir algo pelos pais ou por outros que vieram antes dela, fracassa. Nenhuma tentativa de assumir algo pelos pais tem sucesso. Está sempre fadada ao fracasso e, na verdade, para todos os envolvidos. Nós precisamos saber disso. Por isso, ajudamos as crianças a se soltarem dessa intromissão. Ao invés de olhar para as crianças, olhamos primeiro para os pais e deixamos que eles mesmos resolvam os problemas. Se os pais resolverem isso, os filhos se sentem livres. Eles ficam novamente tranquilos e se sentem acolhidos. Portanto, estas são duas leis básicas que devemos ter no nosso campo de visão e estar em acordo interno quando se quer ajudar crianças difíceis.

Física Quântica e Constelações Familiares



Quando explico o que é uma constelação familiar e como é o uso da técnica, percebo que existe uma grande dificuldade das pessoas entenderem como se dá esse processo. Por ser muito recente a introdução das constelações no Brasil e por ser, também, completamente diferente dos padrões convencionais de técnicas psicoterápicas, a dificuldade maior existe por falta do conhecimento de determinados princípios fundamentais da Física Quântica que embasam os fenômenos energéticos. A constelação ocorre dentro de um campo de energia (campo quântico) que se forma com a participação de um grupo de pessoas que entram em sintonia com a energia do sistema familiar daquele que vem em busca de soluções para as suas dores pessoais. É preciso lembrar que dentro de um sistema familiar existem pessoas vivas e outras que já morreram. Para entrar em sintonia não é preciso fazer nada, a não ser estar ali presente e perceber as sensações que ocorrem no seu corpo, como também as emoções que poderá sentir em determinado momento. É importante deixar a razão de lado e conectar-se tão somente às sensações e emoções.
• O primeiro ponto a ser compreendido e aceito é o fato de que a nossa mente não está localizada no cérebro, portanto, ela é “não local” (princípio quântico da não-localidade dos elétrons como ondas), portanto, a mente é energia e os pensamentos são ondas emitidas que circulam pela atmosfera. Como uma onda de rádio, de televisão ou de celular pode ser captada a distância, assim também é possível captar os pensamentos, sentimentos e dores emocionais daqueles que fazem parte de um determinado sistema familiar. Por sinal, a Parapsicologia já provou a telepatia há muito tempo. Só que nas constelações, vamos além da telepatia, dado que acessamos não só os pensamentos, mas também as dores físicas, emocionais e espirituais do sistema como um todo, incluindo os antepassados, não importando a quantas gerações haja se formado um nó energético que enredou aqueles que vieram depois e que foram atraídos por vibrarem na mesma freqüência das ondas eletromagnéticas trans geracionais.
• O segundo ponto a ser compreendido é que nós não somos apenas este corpo físico visível com o qual nos identificamos. Como todas as coisas que existem na Natureza, somos constituídos de energia. A parte visível é a energia condensada que os nossos olhos vêem e que podemos sentir através do tato. Nosso corpo físico é tridimensional o que, naturalmente, nos leva à compreensão de que os olhos enxergam tudo que está na terceira dimensão. Entretanto, a maior parte do que somos é invisível aos olhos porque é energia sutil, não condensada, e está em todas as dimensões simultaneamente. Portanto, além do corpo físico temos um campo bio-eletromagnético que permeia e contorna o físico e que é invisível aos olhos comuns. Esse campo energético é conhecido pelo nome de “aura”. Desde a antiguidade que os povos do oriente têm conhecimento da “aura” e encontramos esse conhecimento registrado em muitos livros por diversos autores. Pessoas que possuíam o dom de ver além do físico, as chamadas clarividentes, relataram suas observações que mais tarde foram comprovadas através de aparelhos de radiestesia, pela foto Kirlian ou bio-eletrografia e hoje, com aparelhagem mais sofisticada, pode ser vista e analisada em tempo real através da tela de computadores preparados para tal. Portanto, não há mais como duvidar da existência da energia que constitui a maior parte do ser humano. (Nota: Trabalhei durante 15 anos com a bio-eletrografia, analisando as chamadas fotos kirlian. No entanto, acompanhando o avanço tecnológico dentro desse campo, não pude deixar de mudar para o bio-sensor quântico que mostra, não só a aura, como também os sete chacras principais, ao vivo e a cores, na tela do computador - é fantástico!).
• O terceiro princípio da Física Quântica, que é primordial  e deve ser considerado nas constelações, é a questão do tempo, ou seja, o presente, o passado e o futuro estão ocorrendo simultaneamente no aqui/agora. Sei que essa questão é muito difícil de ser interpretada pelo fato de que sempre consideramos o tempo linearmente, ou melhor, sempre pensamos que o tempo pode ser representado por uma linha reta horizontal onde o passado fica a esquerda, o presente é um ponto central e o futuro fica a direita. Essa ideia está tão fortemente enraizada que dificulta a mudança de parâmetros quando lidamos com o passado, principalmente um passado distante, trazendo-o para o aqui e agora no presente, com o intuito de apaziguar a alma daqueles que foram injustiçados, daqueles que morreram com mágoas no coração, daqueles que levaram culpa em suas almas, daqueles que foram excluídos do seio familiar, que morreram nas guerras sangrentas, que foram abandonados, traídos, não amados, abortados, acidentados cuja vida foi ceifada prematuramente, etc...
A meu ver, o que a constelação familiar faz de mais espetacular, e que até agora não vi nem ouvi nenhum colega da área comentar, mesmo  em todos os cursos que já freqüentei com especialistas consteladores, e que vejo constantemente acontecer, é a cura das almas dos antepassados, aliás, de muitas almas, além da cura das feridas emocionais daquele cliente que trás a questão a ser trabalhada e, ainda mais, com o efeito dominó que essa cura tem em todos os membros do sistema familiar atual. Esse efeito dominó também atinge aqueles que vêm depois, ou seja, as futuras gerações. Portanto, as constelações, quando feitas com amorosidade, não só mostram para o cliente onde aquele determinado nó teve início, como mostra que não podemos absolutamente julgar ninguém, muito menos aqueles que tiveram destinos pesados. E isso cura a alma do cliente quando ele entende que por um amor cego, inconsciente, a alma dele resolveu assumir algumas dificuldades que eram de alguém que foi excluído do seu sistema familiar tendo causado um desequilíbrio e uma grande dor na alma da família; portanto, por uma causa maior, para que se restabeleça o equilíbrio rompido, a alma dele (cliente) se entregou em sacrifício.
A partir daí eu o esclareço que seu sacrifício inconsciente não foi suficiente para estabilizar ou repor a ordem dentro do sistema, mas que é possível conscientemente fazer isso agora, desde que o passado, o presente e o futuro estão acontecendo neste instante. Então, no devido momento, os excluídos são novamente incluídos no seio familiar, as reconciliações são feitas, os antepassados são honrados, e todo o sistema vai se acertando, novamente, com a participação do representante do cliente que, na verdade, representa a alma dele. Todas as dores vão desaparecendo, cada um vai encontrando o seu devido lugar, a consciência se modifica dando lugar a uma ordem do amor. É nítida a transformação que ocorre em cada um, principalmente no cliente que, no final, entra no lugar onde estava o seu representante. E dali ele tem a visão de todo o sistema rearranjado. Sente-se leve e feliz.

Vera Bassoi

Transtorno Bipolar na visão da constelação familiar



O transtorno Bipolar é um transtorno caracterizado por dois ou mais episódios de alteração do humor onde o nível de atividade do sujeito está profundamente perturbado, sendo que este distúrbio consiste em algumas ocasiões de uma elevação patológica do humor e aumento da energia e da atividade (hipomania ou mania) e em outras, de um rebaixamento patológico do humor e de redução da energia e da atividade (depressão). 

Para Bert Hellinger o  distúrbio bipolar é uma doença sistêmica ou seja, encontra-se no campo familiar do paciente. O bipolar identifica-se com alguma caso muito grave de assassinato,morte, tragédia acontecidos em sua família. A questão é que o Bipolar identifica-se  tanto com a vítima  quanto com o agressor. Adota os sentimentos tanto do inocente como do agressor e ambos ficam conectados em seu ser. Apesar das duas consciências estarem conectadas não significa que elas estão conciliadas. É daí que surge o conflito, e  este conflito fica "vibrando" com duas consciências opostas, que não são suas. Então passam a ser 3 consciência em uma única pessoa. 

É difícil uma pessoa suportar essas  consciências, e quem chega a esse limite, podemos considerar "trifásico". São os casos mais graves de bipolaridades. Num dos polos ou das fases há uma tendência ao suicida, que as constelações podem auxiliar, desde que o cliente se entregue e queira se curar.

Fonte: claudiane tavares

8º WORKSHOP DE CONSTELAÇÕES FAMILIARES EM FLORIANÓPOLIS



A terapia da Constelação Familiar Sistêmica traz à luz o que está oculto nos relacionamentos familiares e interpessoais. Este método coloca em evidência a conexão profunda que temos com a nossa família, com os antepassados de varias gerações. Evidencia os vínculos cegos de amor e lealdade que nos unem inconscientemente impedindo o livre fluir de nossa vida. 

Os participantes terão a oportunidade de entrar em contato com as formas distorcidas que o amor tomou em seus sistemas familiares. Desta forma, é possível ver e sentir o que estava oculto e desordenado, tanto em acontecimentos que ocorreram no passado, como em dinâmicas atuais restabelecendo o fluxo do amor, onde  havia deixado de fluir. É uma nova e surpreendente técnica terapêutica de abordagem sistêmica criada e desenvolvida pelo psicoterapeuta alemão Bert Hellinger.

Data: 26 de Julho de 2012 – Quinta-feira
Horário: 18:30 horas - Centro - Florianópolis

É necessário inscrever-se com antecedência (Somente 10 participantes)
Informações e inscrições com a facilitadora Tania Rocha
Preço - R$ 200,00 (participantes) e R$ 50,00 (observadores)

Celular: 9927-5666  - E

mail: taniarocha@hotmail.it


O AMOR NA FAMÍLIA



O fruto do amor entre um homem e uma mulher são os seus filhos. Há também uma ordem escondida que suporta o amor entre filhos, a sua ordem na hierarquia familiar. A hierarquia familiar segue o fluxo do tempo, isto é, aqueles que estavam lá primeiro vieram antes daqueles que vêm mais tarde. Numa família, os pais já lá estavam antes dos filhos. O seu amor de um pelo outro enquanto homem e mulher, fundaram a família, e vem antes do seu amor para com os seus filhos, como pais. Em algumas famílias, as crianças atraem a total atenção de ambos os pais. Em tais famílias, os pais já não são principalmente um casal, mas sim fundamentalmente pais, e os seus filhos geralmente sofrem com isso.

Quando o amor dos pais um pelo outro, como homem e mulher, mantém a sua prioridade, os filhos geralmente sentem-se muito confortáveis e satisfeitos. Em famílias assim, o pai está implicitamente a comunicar aos seus filhos, "eu vejo-te como és, mas também vejo a tua mãe em ti; e em ti, eu amo-a e respeito-a mais do que sempre." E a mãe comunica aos filhos, "eu vejo-te como és; mas ver-te lembra-me o quanto eu amo e respeito o teu pai, porque eu vejo-o em ti também." E os pais comunicam um ao outro, "quando vejo os nossos filhos, amo-te e respeito-te ainda mais." Então o amor dos pais para com os seus filhos é uma continuação do seu amor como um casal, mas o amor de um para o outro dos pais mantém a sua precedência, e os filhos sentem-se livres. Muitas famílias hoje são segundas ou terceiras famílias. Por exemplo, quando o homem e a mulher tiveram relacionamentos anteriores e trazem filhos para o novo relacionamento. Qual é a ordem de prioridade então?

Os pais foram pais dos seus filhos antes de formarem um casal. O amor para com os seus filhos não foi uma continuação do seu amor um pelo outro, como homem e mulher, porque eram pais antes de serem um casal. Nestas situações, os novos parceiros devem reconhecer que o amor aos filhos veio antes do amor pelo novo parceiro e que o grande amor e a maior dedicação tendem a fluir para os filhos - e naturalmente nas crianças, para o anterior parceiro também. Somente então, na extremidade da corrente, flui o amor e dedicação para o novo parceiro. Se ambos os parceiros aceitarem esta hierarquia do amor, então o seu amor pode florescer. Mas quando um dos parceiros do novo casal diz ao outro, "eu quero vir em primeiro lugar, antes de seus filhos", então o novo amor fica em perigo e não resistirá por muito tempo. Quando um casal traz filhos para o seu novo relacionamento e tem depois filhos juntos, a sequência é que primeiro eram pais dos filhos originais, depois um casal, então pais dos seus próprios filhos. Os casais que respeitam esta sequência natural de tempo e a sua relevância para os seus relacionamentos podem evitar e resolver o grande desafio dos conflitos nas parcerias. Assim, eu esbocei momentaneamente algumas das ordens mais importantes do amor que nós observamos operando nos relacionamentos entre homens e mulheres. De passagem, pode ser útil dizer que há também ordens do amor para casais sem filhos, incluindo casais homossexuais.


Um novo casamento



"Desde os dezoito anos vivo independente da minha família. Sempre me banquei e fui fazer a própria vida. Estudei, morei com amigos, rachei despesas, aprendi a viver com pouco e a pedir dinheiro emprestado, quando precisava. Até que, tempos depois, formei-me psicóloga e, já estabilizada num emprego, as coisas se normalizaram.Só tem um probleminha: chega uma hora que a gente casa, não é mesmo? E daí, sabe o que aconteceu? Caiu um caminhão de crenças em cima da cabeça. O filminho da vida entre meu pai e minha mãe passou inteirinho, claro que todo distorcido pela visão que eu tinha daquela convivência. O filme que eu vi e vejo não é o mesmo que meu irmão viu ou vê. Mas o pior é que dessa interpretação carreguei inúmeras marcas que influenciaram, e muito, o meu comportamento depois de casada.Quando casei toda minha liberdade acabou. Não porque meu marido me prendesse, muito pelo contrário. Mas os conceitos que eu tinha sobre o que é ser uma boa esposa, as lembranças que tinha quando criança, a tentativa de ser melhor que minha mãe, fizeram com que eu mudasse meu comportamento e me limitasse. Até aí, tudo bem, acho que é lógico, né? Mas então eu descobri, através do trabalho da Theresa com constelação sistêmica, que não são somente as crenças que carreguei na mente que determinaram minhas atitudes. 

Existe algo que está muito além das crenças, da mente e da minha individualidade: é o sistema familiar. E ele exerceu grande influência no meu casamento.A força do sistema familiar. Somente após mergulhar neste universo rico, fabuloso e instigante que a constelação demonstrou, pude entender algumas coisas que até então não pareciam tão claras. Por exemplo: mesmo sabendo que meus impulsos e atitudes são guiados por crenças que tinha dentro de mim, muitas vezes queria mudar de atitude, mas algo me dizia (sem palavras) que eu não podia. Queria sair, passear, fazer meus cursos, meu marido apoiava e até me empurrava para fora. Mas lá no fundinho, algo falava: não pode! Queria ir em ambientes diferentes, ter novas amizades, mas... não pode!Descobri que essa força que empurra a gente a ter atitudes que muitas vezes não estão trazendo conforto são os sistemas familiares. Theresa me disse que as forças que empurram a gente para coisas confortáveis também fazem parte dos sistemas familiares. Mas o confortável eu não via, e acho que é normal. Só via o que me incomodava.Ela explicou que herdamos de antepassados as características que temos hoje. Se estamos conscientes de que somos menores que nosso sistema, olhamos para dentro de nós, reconhecemos os medos, angústias e cobranças, percebemos que eles não são nossos, essa energia que “atrapalha nossa vida” perde a força, naturalmente. E a vida se torna mais confortável. Mas quando não reconhecemos ou até evitamos olhar para essas mágoas e dores, elas continuam lá, nos pressionando e trazendo incômodo. 

Eu, como psicóloga, sei muito bem disso. E mesmo assim, enfrentava muitos problemas, porque não queria olhar para dentro de mim. Fingia que estava tudo bem. Mas doía muito lá dentro. O sistema não quer nosso mal nem nosso bem. O sistema quer somente o equilíbrio entre seus membros e isso significa inclusive reconhecer cargas emocionais do passado, até de pessoas com quem não tivemos contato. O sistema transmite essas características de geração a geração, até que alguém reconheça o fato, se equilibre, e assim essa carga emocional não traz mais desconforto. Uma coisa muito bonita que ouvi de Theresa, ficou na minha cabeça: o sistema é como o sol. Sob um sol escaldante, poderemos nos queimar e ficar desidratados. Porém, o sol não tem nada a ver com isso. Ele somente é... o sol. Nós é que temos que reconhecer que o calor está incomodando e tomar providências. Transformar o sol em aliado. Depois de algum tempo, percebi que esse “sol”, quer dizer, os sistemas, não estavam fazendo bem para mim. Há pessoas que dizem que tem gente que cresce por amor ou pela dor. Eu entendi que todo o crescimento é amor. Os sistemas, ao mostrarem as dores, mostram por amor e estão dizendo "cresça, viva bem, seja feliz!". Eu aceitei esse sussurro e busquei corajosamente saber quem eu era. E descobri que, ao perceber e aceitar quem eu era, muito além dos meus pensamentos e emoções, abraçando todo o meu passado conhecido e desconhecido, comecei imediatamente a olhar com outros olhos o meu marido. 

Não fiz nada, simplesmente aceitei, após participar de uma constelação familiar sistêmica. Aceitei com todo o corpo, porque a cabeça não consegue penetrar muito bem nos conhecimentos que a constelação traz. E nem precisa. O coração se preenche de ternura, reconhecimento e a dor e mágoa escorrem junto com as lágrimas que desabrocham com a compreensão. Nossa, como chorei!Estava livre para amar o meu marido, como nunca estive. E a mudança começou sem eu mesma fazer nada para isso. De repente, comecei a sentir as mãos dele pousando no meu braço, nos meus ombros, de forma carinhosa, com ternura. Ele nunca fazia isso, nem gostava de toques. Passaram-se semanas, talvez mês, mês e meio, e ele começou a dizer que eu estava mudada, mais centrada. Começou a elogiar o meu trabalho, coisa que nunca tinha feito. A paixão, depois de 15 anos de casamento foi retornando, mas não daquele jeito do começo, tão louco e sem responsabilidade. Foi uma paixão suave, gostosa, de cumplicidade e troca.Uma coisa fundamental depois da constelação, foi que percebi que antes eu queria que ele me fizesse feliz. E, de alguma forma, exigia isso. Mas ele não podia me fazer feliz. Só eu podia. Quando assumi ser feliz com meu próprio esforço, acho que tirei um peso dele, mesmo sem falar nada. E parece que o sistema reage na hora: ele mudou. Que bom! Sinto-me como que começando um novo casamento."

Depoimento de Larissa B.

Casamento e constelação sistêmica


- Sabe o que é?
- Não.
- Na realidade, meu marido não presta. Quase não traz dinheiro, vive enfurnado na saia de alguma sem-vergonha.
- Mas você veio trabalhar ele ou você?
- Eu quero uma solução para mim.
- E o que você tem feito para solucionar? Pediu a separação?
- Não, eu não quero isso. Sabe, os filhos... E na verdade, eu queria que ele voltasse a ser o homem que era, quando começamos.
- E como ele era?
- Ah, bem diferente! Trabalhava muito, era responsável, chegava cedo em casa. Um exemplo!
- E quando isso mudou? Aconteceu alguma coisa na vida de vocês?
- Não, nada de mais. Tivemos os filhos, primeiro o Carlos, depois a Clarice, e ele foi mudando.
- Aconteceu algum fato marcante? Alguma morte de alguém próximo, uma doença grave, um acidente, uma amante dele ou de você...
- Não, o que é isso! Nós éramos muito felizes, sim! Até o aborto, nós éramos inseparáveis!
- Ahhh....

Esta cliente é um exemplo muito comum em casos de constelação. É muito comum um acontecimento que simboliza o início da desestrutura do relacionamento, como foi o aborto. Não foi o que ela falou que fez chegar a conclusão que o aborto provocou a mudança de comportamento no marido. Em constelação, não existem causas. Os acontecimentos são somente fatos que sinalizam uma tendência. No caso, o aborto sinalizou a tendência que o marido tinha de isolar-se da família. Esta tendência já fazia parte do sistema familiar dele. Fizemos a constelação com a cliente, e muitas outras tendências foram verificadas, a ponto dela perceber que, ao mesmo tempo em que o marido ia se afastando do casamento e perdendo a responsabilidade pela família, ela ia assumindo a responsabilidade e tratando o marido mais como um filho problemático do que um marido. Num casamento, as tendências se completam, e se esta tendência está baseada no sofrer, tanto um quanto outro irão sofrer.

O foco desta cliente estava preso em outro sistema (da família dela) que a fazia também sentir-se mal amada e rejeitada, não importando o que o marido fizesse. Ambos sofriam, e neste contexto, não existe a menor possibilidade de voltar a felicidade. Um dos pilares do equilíbrio sistêmico que mantém um casamento coeso e de crescimento mútuo é o equilíbrio entre o dar e receber. Tanto o marido, como a mulher, necessitam de dar e receber, em todos os sentidos. Sexual, carinho, responsabilidade, comprometimento, broncas... Quando um dos dois dá, imediatamente quem recebeu se torna devedor, e sente a necessidade de devolver. Esta troca de posições entre dar e receber é saudável e natural. Porém, quando existe uma identificação muito grande com o sistema familiar anterior ao casamento, e este sistema provoca um desvio de foco de um dos parceiros, este recebe, mas não está em condição de devolver. E aí o outro dá mais, e este fica mais e mais devedor. A ruptura do casamento é evidente. Para quem não conhece a teoria sistêmica, dizer que um parceiro se identifica com o sistema familiar seu, anterior ao casamento, significa que ele se identifica com uma dor, um abandono, uma sensação de exclusão que ele nem fez parte, presencialmente falando. Pode ser uma segunda família que o pai teve, e ele nem soube, ou um primeiro amor que a mãe teve, e acabou de forma abrupta e tempestuosa, sobrando mágoa para todo o lado... Não importa o fato, e isto é importante ficar claro. Os fatos, dentro de uma constelação sistêmica familiar só servem para sinalizar em qual direção o sistema está empurrando a pessoa. Para dentro do relacionamento ou para fora.

Ao identificar, tomar ciência, aceitar plenamente este sistema, o efeito negativo dele perde a força, e possibilita um reencontro muito mais completo entre pessoas que antes não se entendiam, porque, na realidade, não se conheciam. Quando alguém estabelece relacionamento com outro, automaticamente estabelece relacionamento com o sistema familiar do outro. São dois sistemas que se encontram e interagem, e por isso é tão belo o trabalho com constelação, quando percebemos o entendimento e a aceitação mútua, num casamento. O marido olha para o passado e antepassados da esposa, todas as relações ocorridas e a emoções envolvidas, pessoas excluídas e incluídas, e acolhe tudo como também sendo dele. E a esposa também procede da mesma maneira. Não são duas pessoas se reconciliando. São dois sistemas se transformando em um, que dará continuidade nos filhos deste casal. Harmonia entre casal significa harmonia entre sistema.

 alex possato 

O sucesso profissional e a figura paterna



Hoje, no Brasil, mais de 50% dos lares são chefiados por mulheres. É estatística. Isso significa que os filhos estão sendo criados sem o pai. Isto é certo ou errado? Tanto faz, é assim. Milhões e milhões de pessoas, homens e mulheres sem a referência paterna, que até alguns anos atrás, simbolizava o trabalho, o sustento da casa, a proteção. Mas não é só isso: mais outros tantos milhões de pessoas possuíram o pai em casa, mas este pai não provê, não sustenta, não se banca. Ele está em casa, mas não faz o papel que a sociedade diz ser do homem. Ou dizia…

Uma parte desta imensa população órfã do símbolo “pai”, não enfrenta problemas na vida profissional. Às vezes, até devido à falta do papai, resolvem abraçar o papel masculino do caçador, do provedor, e saem à luta. Uma grande amiga, consultora de sistemas, que já trabalhou conosco terapeuticamente, sacou isso: filha mais velha, com três irmãs e um irmão abaixo da sua idade, resolveu encarar a vida com garra e se saiu muito bem, financeiramente. Mas a que preço? O seu papel mais masculino e provedor atraiu um marido fraco e instável, e isto balançou o casamento. Por outro lado, ela se transformou no pai das irmãs, ajudando-as financeiramente o tempo todo, e elas se colocaram no papel de filhas, sem se desenvolverem sozinhas… o pior é que é tudo gente adulta, acima dos 30! Imagine o casamento destas irmãs, como é?

Pois bem, minha amiga não teve problemas profissionais porque ela não buscou o papai, mas se colocou no lugar dele. Isso também não e saudável. Mas não é sobre esta posição que vou falar agora. Vou falar da posição dos que buscam papai. As irmãs, por exemplo. Ou o marido dela. Todos eles tiveram pai, não tão presente, mas tiveram. E mesmo assim buscavam. A dor emocional de “não ter pai” pode provocar um estrago na vida financeira e profissional muito grande. Como? Bem, a constelação sistêmica demonstra que as pessoas que estão focadas em problemas emocionais não conseguem, muitas vezes, tomar decisões simples, ou acabam tomando decisões para satisfazer a dor emocional, ao invés de basear-se na busca de soluções e metas. Assim, uma das irmãs desta minha amiga, buscando papai, casou-se com um homem e colocou-o no lugar de papai. E ele buscava mamãe, isso quer dizer, buscava afeto e carinho e colocou-a no lugar de mamãe. Como eles eram marido e mulher, imagine no que deu. Ficaram casados muitos anos, mas nada deu certo. Abriram um negócio, mas também fracassou: estavam envolvidos com suas dores emocionais internas. Divorciaram-se. E esta mulher, enquanto não se tocar da sua própria dor, e dar um chute nela, irá buscar outro papai.

Inconscientemente, quem foca-se nas dores interiores, na busca por explicações para seu sofrimento, está automaticamente tirando energia que seria, naturalmente, dirigida à construção da carreira, do sucesso financeiro e da realização pessoal. Tenho visto muita gente trabalhar suas questões emocionais, colocá-las de forma digerível para si, e às vezes, mesmo sem resolver totalmente, a vida começa a fluir. Encontra novo trabalho, ganhando muito mais, acho um parceiro ou parceira completamente diferente, ajeita-se na vida. E o contrário também tenho visto: pessoas que buscam o porquê são as piores. Por que eu sofro? Por que não dá certo? Por que isso, por que aquilo. Quem quer saber o por que, não está buscando soluções, mas somente, justificativas. Eu era assim: filho adotivo, criado por avós, irmão que se matou, pai alcoólatra, achei um monte de justificativas para o meu sofrimento. Fiquei anos preso às minhas dores emocionais, e isto atrasou sobremaneira minha carreira e meu sucesso. No momento que resolvi colocar as justificativas emocionais de lado, tchau e bênção!


Alex Possato é consultor e diretor do Nokomando-soluções sistêmicas

Um caso impressionante tratado com a terapia da Constelação Familiar



Há uns dias atrás, fui procurada por uma senhora, de quarenta e poucos anos, que trazia sua filha, de vinte e um anos, para uma consulta. As duas entraram juntas na minha sala. Observei a mãe ansiosa querendo falar, falar, falar. A filha quieta, cabisbaixa, rosto muito pálido, olheiras fundas, cabelos pretos compridos e soltos, um pierce no lábio inferior, toda vestida de preto. A mãe começou dizendo que havia um grave problema com a filha e que elas precisavam de ajuda. Já a havia levado em psiquiatra, psicóloga, em neurologista, em diversos lugares de ajuda e cura espiritual, e até agora nada solucionara a questão que causava grande sofrimento para a filha. Elas receberam a indicação de que deveriam me procurar porque eu faço um trabalho que tem ajudado muitas pessoas que não encontraram soluções em outros lugares e puderam ser ajudadas com as constelações familiares. Então, entraram na Internet para buscar alguma informação sobre o assunto. Pedi para a filha me dizer o que é que acontece com ela. Disse-me que, desde os treze anos de idade têm  um pesadelo do qual nunca se lembra  de quem ou o quê aparece  para ela, mas sempre entra  em sofrimento como se lutasse com alguém ou com um animal felino.  Surgem, então, por todo o corpo, arranhões que vertem sangue. (Nesse momento a mãe queria que ela me mostrasse as costas toda arranhada, porém, observando o constrangimento imediato da moça, eu disse que não era necessário ver, pois eu acreditava no que ela estava me contando. Daí minha atenção se voltou, imediatamente, para os antebraços, pescoço e colo, onde as cicatrizes de arranhões eram evidentes). Essa situação lhe causa muita dificuldade de relacionamento com as pessoas, principalmente no emprego e com namorado.  Ela sente vergonha toda vez que alguém pergunta sobre os arranhões. Prefere não sair de casa por vários dias até que as marcas não chamem tanto a atenção.  Disse que gosta de se vestir sempre de preto, que detesta roupas brancas, e que esses pesadelos são mais constantes na época de finados até o natal. (Nós estamos no início do mês de dezembro, bem no meio do período crítico).

Comecei a fazer as perguntas de praxe, do ponto de vista do constelador, para tentar olhar para os excluídos do sistema familiar. Nesse momento, a moça pediu o auxilio da mãe para falar sobre a própria família e também sobre a família do pai, posto que ela não soubesse quase nada a respeito dos antepassados e, principalmente, pelo fato dos pais serem separados desde que ela tinha doze anos de idade.  Tendo, então, como primeiro excluído o próprio marido, a mãe desandou a falar sobre a desestruturada família dele, a começar pelos quatro abortos praticados pela própria sogra. Atentei para o fato  da moça ter sido separada do pai aos doze anos e ter dito, anteriormente, que o distúrbio teve início aos treze. Deixei  essa informação guardada num canto do meu coração. Seria o caso de “amor interrompido”? “Há oito anos ela é o centro das atenções no âmbito familiar, onde é considerada “a diferente”, “a louca”, “a possuída pelo demônio”, “um caso de obsessão”, “a amaldiçoada”, e assim por diante... será preciso prestar mais atenção. O diagnóstico psiquiátrico, segundo informação da mãe,  é “transtorno de personalidade histriônica”, ou seja, um tipo de histeria.  Para quem quiser ter conhecimento desse tipo de transtorno, é só entrar neste endereço abaixo, onde nós também pesquisamos:

http://pt.wikipedia.org/wiki/Transtorno_de_personalidade_histri%C3%B4nica

Lembrei-me, instantaneamente, que Bert Hellinger disse, no curso avançado que fiz lá em Águas de Lindoia, que por trás de uma patologia mental  séria, deve ter havido um assassinato em família. Perguntei, à mãe, se ela tinha conhecimento de ter havido alguma coisa trágica dentro da família, assim como um assassinato. Foi quando, com um movimento no globo ocular que denotava estar olhando para um passado distante, a mãe se lembrou de ter ouvido a avó contar sobre uma tragédia dentro da sua própria família. Sua bisavó, do lado materno, matou a própria filha colocando veneno na comida, isto porque a moça engravidou e constituía uma grande vergonha para os pais , pelo fato de ainda ser solteira. Morreram a mãe e a criança.

Tão logo esse fato foi mencionado, notei uma mudança significativa na fisionomia da moça. Foi, então, que ela disse, para a mãe, que nunca ouvira falar sobre esse assunto! Seus olhos demonstraram espanto e, ao mesmo tempo, é como se questionassem: -“Como é que você nunca me falou sobre isso?” Ao que a mãe explicou que, quando soube dessa história,  ficou tão horrorizada que nunca mais quis pensar no assunto. E que não havia mesmo comentado nada com a filha, nem com a sua própria mãe. Conversamos outras coisas mais e marcamos a constelação para o horário em que, habitualmente, trabalho com um grupo de pessoas. Minha intuição me disse que esse caso não deveria ser trabalhado com bonecos. Dois dias depois dessa conversa, lá estávamos nós para montar a constelação. Dessa vez a mãe não compareceu, e a moça veio acompanhada por um irmão. Não havia necessidade de falarmos sobre o assunto, mesmo porque a moça havia manifestado uma inquietação quando lhe disse que a constelação seria com um grupo de pessoas. Na ocasião eu expliquei que não havia necessidade de expô-la e também que, além da ética estabelecida no grupo, as pessoas eram desconhecidas para ela e nem precisaríamos dizer qual o seu nome. Isso a tranquilizou.

Então, sem falarmos absolutamente nada diante do grupo, foi pedido à moça que escolhesse alguém que a representasse. Apenas uma pessoa, naquele momento, seria o bastante para olharmos para o comportamento dela. Escolheu uma mocinha franzina e de aparência frágil, como ela. A representante começou a andar pela sala e dizia: - “estou perdida, não sei onde me encontro!” Andou, andou e, de repente, foi se esconder atrás de uma reentrância na parede. Então disse que estava sentindo vergonha. (Lembrando que a cliente havia me dito que sente muita vergonha). Porém, ficava espiando e olhando fixamente para um determinado ponto no piso do salão. Ali colocamos uma mulher deitada. A mocinha saiu do esconderijo, andou em torno daquela que estava no chão e, desesperadamente, começou a se coçar. Coçava o corpo todo e já estava ficando com vergões vermelhos. Pedimos para entrar a representante da mãe da cliente. E a pessoa escolhida também começou a se coçar exatamente como a filha. Uma não chegava perto da outra, mas as duas olhavam insistentemente para a morta. Ficaram paradas nos seus lugares e o único movimento era a coceira.

Colocamos outra mulher deitada ao lado da morta. Sem que falássemos nada, essa segunda morta se encolheu ficando na posição de feto, encostou-se na primeira que até então estava inerte, a qual, nesse momento, abriu os braços e acolheu como se fosse uma mãe acolhendo sua filhinha. Isso ficou muito claro! A cliente olhou-me com espanto! Imediatamente a representante da cliente parou de se coçar e foi se deitar bem abraçadinha àquela que estávamos vendo como um bebê. Sua fisionomia se transformou demonstrando uma grande alegria. Depois de alguns segundos disse: - “Aqui é o meu lugar”. E a criança também ficou feliz. Nesse momento, também a representante da mãe da cliente parou de se coçar. Sentou-se no chão e ficou olhando para a filha abraçada com o bebê. Disse que agora estava bem e que era bom olhar para a filha com aquele sorriso nos lábios. Mas permaneceu à distância. A seguir, depois de alguns minutos, deitou-se no chão e desligou-se totalmente da cena. Fechou os olhos e pareceu dormir. O movimento cessou novamente. Até agora, as únicas pessoas claramente definidas eram: a representante da cliente e a representante de sua mãe. Fizemos, então, entrar uma  outra mulher (uma senhora) e dissemos a ela para procurar o seu lugar no campo, sem dizermos de quem se tratava. (Na verdade, estávamos fazendo um teste para ver se confirmava o que estávamos pensando, que a primeira morta seria a moça que foi envenenada e a segunda morta seria seu bebê). A senhora ajoelhou-se ao lado da primeira morta e, em seguida, disse estar sentindo uma grande angústia, dor no peito, e a sensação de ter sido culpada. O bebê agarrou-se na representante da cliente e começou a gritar dizendo que tinha medo daquela mulher. A representante da cliente começou a tremer e disse estar sentindo muito frio e que também tinha medo. Disse que precisava se esconder daquela mulher. Nesse instante ficou claro, para nós, que aquela senhora representava a assassina.

A representante da cliente começou a se coçar novamente. Observamos que a representante da mãe, que estava deitada de costas e desligada daquilo que estava acontecendo, também começou a se coçar outra vez. Sentou-se no chão e virou-se de frente para ver o que se passava. Disse que não gostava daquela senhora e não podia olhar para ela. Sentia ânsia de vômito, assim como a filha também disse estar sentindo. Bem, aqui chegamos no momento chave da constelação – o reconhecimento do fato desencadeante do grande nó familiar, e da identificação da nossa cliente com aquele bebê que foi assassinado junto com a mãe. É preciso lembrá-los que as pessoas presentes não sabiam nada a respeito da tragédia familiar. Chamou-nos a atenção o fato da representante da mãe da cliente ter os mesmos sintomas que a filha. Não havia esse dado na fala da mãe, no momento da entrevista, sendo que só demonstrava um grande sofrimento pela situação da filha, e muita ansiedade para encontrar uma solução.  E é importante também lembrar que a mãe não estava presente durante a constelação. Segundo as observações  de Bert Hellinger, às vezes a criança quer fazer algo por alguém que ela ama – seja pelos pais, avós ou irmãos. É como se ela dissesse: eu faço isso por você, mamãe. Eu expio, eu morro, eu adoeço, eu fico louco, no seu lugar mamãe, para que você permaneça viva e com saúde. Porém, esse amor da criança pelos pais, por exemplo, é um amor cego, totalmente inconsciente. O adulto, com sua alma de criança, ainda continua, inconscientemente, a acreditar que pode se colocar a serviço da salvação dos pais. E, então, se identifica com alguém que foi excluído da família de origem do seu genitor, para que assim o pai ou a mãe não precise se sacrificar em prol do sistema. A alma da criança faz isso, para que o outro não precise fazer.

Como, dentro da Lei do Pertencimento, todos têm o mesmo direito de pertencer, então, para que o sistema se reequilibre, quando há um membro familiar excluído, a alma coletiva da família cobra de alguém que vem depois, nas futuras gerações, para expiar por aquela exclusão. No caso, como a representante da mãe, que é aquela que captava  os movimentos da alma da pessoa em questão, mostrou-nos claramente que tinha os mesmos sintomas da filha, e levando-se em conta que os sintomas permaneceram em potencial na alma da mãe, eclodiram como reais na filha, pelo grande amor que sua alma dedicou à mãe. A filha “enlouqueceu” para que a mãe “não enlouquecesse”. Não fossem essas observações e conclusões tiradas por Bert Hellinger, não teríamos condições de olhar para o lugar onde haveria de estar a solução para a questão da cliente. Ficaríamos apenas olhando para o assassinato em si. O que é importante, é claro, mas não é o suficiente para libertar a cliente do mal que a comete.

Fomos, a partir daí, para a etapa seguinte da constelação – a desatadora dos nós. Os instrumentos usados nessa fase são as “frases de solução” ou as ”palavras de poder”. Como nada é por acaso, eu e minha aluna Márcia Rosângela Bertim, que juntas conduzimos essa constelação, tínhamos acabado de fazer o curso com Laszlo, justamente com ênfase nas “frases de solução”. Maravilha! Era tudo que precisávamos e tudo que faria a diferença! Era a hora de começar a colocar cada coisa, ou melhor, cada pessoa no seu devido lugar, usando a intuição e confiando, totalmente, nos movimentos do espírito que busca a harmonia, a reconciliação, o reequilíbrio, a paz e o amor dentro do sistema. Trouxemos a própria cliente para o campo e a colocamos no lugar onde estava a sua representante. Pedimos que olhasse para aquela senhora que continuava ao lado da morta. A cliente começou a tremer, ficou gelada e as mãos suando frio. Sentiu ânsia e disse que não conseguia olhar para aquela pessoa que lhe causava horror. Nesse instante a senhora começou a chorar convulsivamente e dizia saber que era ela própria que havia causado tanto dano. Disse estar arrependida do que havia feito, mas por outro lado, sentia que tinha sido obrigada a fazer algo que ela não queria.

Para surpresa nossa, a cliente disse: - “Agora eu sei do que você está falando! Hoje a minha avó contou para a minha mãe, e para mim, que foi o seu marido que a obrigou a fazer o que fez”. Imediatamente entramos com as frases de solução entre a mãe assassina e a filha. Tínhamos observado, desde o início, uma estranha calma na representante da filha envenenada. Quando a mãe estava dizendo “me desculpe...”, a filha espontaneamente respondeu:- “não precisa me pedir desculpas porque eu mereci o que foi feito, e quem tem que se desculpar com você, sou eu, pois fiz você sofrer demais!”  A filha sentou-se e se abraçou à mãe dizendo: - “me desculpe, me desculpe, eu te entendo e te amo”. (incrível, pois ninguém sabia de nada!). A criança continuava agarrada na representante da cliente. Diante de tal situação, trouxemos um representante para o marido da assassina. O campo mudou completa e imediatamente. Pudemos sentir a austeridade e arrogância dessa pessoa que deveria ser o tataravô da cliente. A criança se desgarrou e foi colocar-se entre a mãe e a avó, protegendo-se do homem. A cliente pôde olhar para a senhora de um jeito diferente – não mais o olhar de acusação ou de medo, mas o de complacência. Outras tantas frases de solução foram afirmadas, até que fomos vendo  alterações na postura, nas atitudes e nos sentimentos daquele homem. Quando chegou o momento adequado, a senhora pôde entregar ao marido todo o peso da culpa que carregou até hoje. Ele aceitou a responsabilidade e acabou chorando de arrependimento. A representante da mãe da cliente, que durante todo esse processo estava alheia, mergulhada num sono profundo, acordou de repente, levantou-se e foi se colocar ao lado da filha. Pela primeira vez, na constelação, ela se aproximou da filha. As duas se abraçaram e pedimos para dizer algumas frases, uma para a outra. E, finalmente, mãe e filha lado a lado, diante do casal de tataravós da cliente, foram por eles abençoados e os ouviram dizer:- “Nós levamos tudo o que é nosso, e deixamos vocês só com o que é de vocês. Somos muito gratos a vocês por terem nos proporcionado a redenção, e assim, poderemos encontrar a paz. Deixamos vocês também em paz, principalmente nossa tataraneta, pela demonstração de amor e lealdade ao nosso sistema familiar”.

                                                   The End

Três dias depois, a mãe me ligou para agradecer pelo benefício que a filha recebeu, pois compreendeu que não se tratava de maldição, nem de endemoniamento, e com isso perdeu o medo de dormir. Foi, então, que ela me contou que fazia uma semana que a moça não se deitava para dormir e passava a noite toda assistindo filmes na televisão e andando pela casa como um zumbi. Disse, também, que quando a filha tinha o “maldito” pesadelo, a energia da moça se esgotava de tal forma, que ficava dias fora do ar, sem contato com a realidade. (Na constelação, quem ficou sem contato com a realidade foi a mãe, através da representante). Feliz, contou que a filha passou três noites de sono tranquilo e sabia que seria assim por mais tempo. Alertei a mãe sobre a necessidade de, numa outra ocasião, constelar a falta do pai na vida da filha. Bem, o mais importante agora é contar para vocês o que vim a saber através desse telefonema. A mãe, em conversa com a mãe dela, que nunca havia falado sobre o assunto, contou que aquele senhor, o tataravô, era um senhor de terras muito rico e muito importante. Devido ao seu status, desenvolveu uma atitude egocêntrica, autoritária e déspota. Naquela ocasião, a filha, com apenas treze anos, engravidou de um rapazinho que era de classe inferior, talvez um serviçal das fazendas do pai. ATENÇÃO PARA A IDADE DA MOÇA. O pai, ao saber do ocorrido, fez com que a mãe levasse a filha para um local distante, onde permaneceu trancada num quarto até o nascimento da criança. A mãe foi obrigada a fazer isso sob ameaças. Quando a criança nasceu, e era uma menina, a mãe colocou veneno na comida da filha e asfixiou o bebê. O fim dessa mulher foi a loucura.

Vera Bassoi