16° Workshop de Constelação Familiar em Florianópolis


Constelação Familiar de Bert Hellinger



 A Constelação Familiar é uma abordagem terapêutica criada pelo alemão Bert Hellinger a partir de muitos anos de observação de fenômenos que ocorriam em grupos terapêuticos que ele coordenava. A prática gerou a teoria, e não o inverso. O trabalho não se baseia em teorias psicológicas previamente estabelecidas. Trata-se de uma prática fenomenológica, e sua fundamentação é principalmente antropológica, filosófica e humanística. A base conceitual desta abordagem pode ser resumida assim: Além do inconsciente individual (Freud) e do inconsciente coletivo (Jung) existe também segundo Hellinger, um inconsciente familiar compartilhado pelos membros de uma mesma família e que se transmite às gerações seguintes, e que é estruturado a partir de todos os acontecimentos que compõem a história da família (nascimentos, mortes, uniões, separações, rejeições e exclusões, sucessos, fracassos, padrões de conduta, etc...). Este inconsciente familiar influencia de forma intensa alguns membros da família afetando significativamente suas vidas. Estes membros ficam de alguma forma identificados ou "emaranhados" a outros membros da família, freqüentemente de gerações anteriores, que  foram ¨excluídos¨ ou que tiveram um percurso de vida sofrido ou um “destino” infeliz (a palavra destino tem um significado próprio na teoria de Hellinger, que não daria para explicar aqui em poucas palavras). Algumas vezes o membro emaranhado nem sequer tem conhecimento consciente do episódio de exclusão que ocorreu com os seus familiares . Porém ele capta estas informações do inconsciente familiar e retoma/revive o “destino” desta pessoa, ou tenta compensar ou fazer o que outro familiar “deveria” ter feito. Pode acontecer ainda que ao perceber que um dos pais está emaranhado e tenta repetir o destino de alguém, um filho decide inconscientemente tomar para si esta “missão reparadora“ equivocada e, por exemplo, ele adoece ou fracassa ou deprime no lugar de seu pai ou mãe. A observação empírica destes fenômenos permitiu que fossem descobertas algumas regras ou ordens naturais que regem o inconsciente familiar e que se forem restauradas garantem o bem estar e a harmonia dos membros da família. Exemplos de algumas destas ordens: o direito à pertinência (ver reconhecido o seu lugar naquele grupo), o resgate dos impulsos primários interrompidos, a força dos laços de sangue, a ordem de precedência entre as gerações, o direito a seguir as próprias escolhas , a reverência aos mortos, o equilíbrio entre o dar e o receber, e outros. 

Ernani Eduardo Trotta  (crp 05/12184) é Psicoterapeuta, coordenador do Curso de Formação do “Núcleo de Psicoterapia Reichiana/RJ” e terapeuta em Constelações Familiares formado por Peter Spelter (Instituto de Filosofia Prática da Alemanha)