A escolha e exercício de uma profissão ou de um
trabalho não é apenas um valor em nossa sociedade, mas uma necessidade de todo
ser humano. Tornar-se útil e produtivo aos sistemas a que pertencemos, através
de uma atividade na qual possamos empregar todo o nosso esforço e potencial é
num certo sentido promover tanto o indivíduo como também, trabalhar para a
manutenção desses mesmos sistemas sejam eles o familiar, organizacional ou
institucional. Independentemente da escolha profissional, ao nos tornarmos
produtivos estamos compartilhando nossos dons, habilidades e competências, como
também, o nosso tempo, propósito e valores, dando assim, sentido à nossa
própria existência no mundo.
Nosso lugar no
sistema familiar como filho (a), pai, mãe, nossos papéis sociais como
estudante, profissional, os diferentes cargos ocupados numa empresa ou
instituição, definem parcialmente nossa identidade como pessoa e membro de um
sistema. Entretanto, nem sempre esse posicionamento diante da vida acontece de
maneira tranquila e harmônica.
Muitas vezes,
percebemos jovens e mesmo adultos demonstrando uma completa falta de identidade
profissional no mundo do trabalho. É comum vermos jovens que se sentem perdidos
sem conseguirem escolher uma profissão e sem se apropriarem de suas vidas de
maneira autônoma. Essas pessoas, apesar de já se encontrarem, numa idade
produtiva acabam ficando sob a dependência emocional e financeira de seus pais,
morando com eles por muito tempo, sem conseguirem vislumbrar objetivos e
desenhar um projeto para suas vidas.
Outras vezes, essas
pessoas fazem inúmeras tentativas sem conseguir sustentar uma posição definida.
Trocam de curso e de faculdade, passam por inúmeras empresas ou serviços,
flutuam no mercado de trabalho sem foco. Apresentam muita dificuldade em fazer
vínculos com colegas, superiores e com a organização. É como se não houvesse um
lugar para elas. Na verdade, quando esses indivíduos apresentam dificuldade de
se encontrar no mundo e de ocupar seu lugar é porque eles não sabem e não
conseguem enxergar esse lugar como sendo somente deles. Sua identidade pessoal
é afetada por não conseguirem encontrar a sua identidade no seu sistema
familiar.
Sistemicamente
observamos que a dificuldade de encontrar e ocupar um lugar no sistema pode
estar relacionado ao fato de que algum antepassado não teve também o seu. Alguns
enredamentos sistêmicos tiram a força da pessoa que não consegue seguir a sua
vida ou assumir o seu próprio destino diante dela. Um exemplo que pode gerar
enredamentos sistêmicos é quando alguém que veio antes não foi devidamente
reconhecido e honrado, gerando uma perturbação na ordem hierárquica, um
desrespeito a pessoa e à posição que ele ocupava no sistema. Em geral, quem vem
depois no sistema poderá apresentar grandes dificuldades em escolher uma
profissão ou em ter motivação suficiente para assumir um trabalho. Como vimos
aqui, muitas questões relacionadas ao trabalho e à profissão têm ressonância
com o sistema familiar e à força necessária para assumirmos o nosso lugar no
mundo. Desde a motivação até a realização e competência profissionais podem
sofrer a influência da relação inconsciente do indivíduo com outros membros de
sua família.
Site: www.constelarflorianopolis.com
Facilitadora Tania Rocha
Condomínio Koerich Beiramar Office - Sala 304