Diálogo
terapêutico entre Theresia Spyra e uma aluna do Curso Vivencial de Formação em
Constelação Familiar Sistêmica, a respeito de uma relação afetiva codependente.
Permita-se
ser pequena (grande espaço de silêncio). Apenas responsável por você e sua
vida. Nada de ser maravilhosa, nada de forte. Também não precisa ser mais rígida.
Deixe ir a rigidez, “o ter que carregar o outro”, como se ele não tivesse a
própria força. Permita agora que o outro tenha a própria força. Permita que o
outro possa fluir e ocupar esse espaço. Permita-se a sensação de sentir-se desnecessária,
sem uso, preguiçosa (risos), desocupada. Permita-se não fazer. Permita que o
outro faça por você, de vez em quando. E receba! Se abra para receber! E
agradecer. Não tem mais necessidade de carregar o outro nas costas. Ele se
sustenta por si só. Não precisa de você. Quanto orgulho, quanta arrogância que
nós, seres humanos, temos.
Aluna: como vai ser quando não me
sentir mais necessária?
Theresa: este é o desafio. Deixar o
vazio. Porque a tendência é preencher.
Mantenha vazio, tira a energia de novo, e aí vai vendo o que vai se
apresentar. É o desconhecido. E você vai ter a tendência de assumir de novo. Se
você percebe que assumiu de novo, recolha-se. Permita-se não fazer nada. Pode
dar medo, ansiedade, mas sustente. Observe isso conscientemente. Essa recusa de
preencher o espaço que não é seu. E aos poucos você vai usar a energia para
quem? Para você. Porque você está fora, ainda. Se você se centra, como mulher,
você vai emanar isso naturalmente. Não precisa mais fazer esforço. A força é do
homem. Deixa isso para ele. A força da mulher é totalmente diferente disso. A
mulher é que faz o homem se mover energeticamente, mas sem carregar nada. Sem
carregar a responsabilidade dele. Totalmente emergida na energia feminina,
perceptiva, silenciosa, presente.
Theresia Maria
Spyra é
terapeuta e trainer em constelação familiar sistêmica